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Titulo
Instituições de crédito e o seu papel no desenvolvimento rural de Moçambique
Identificação do problema
Em economias africanas em desenvolvimento, como Moçambique, o debate sobre o alargamento da participação dos mercados financeiros na produção, nas relações de trabalho e no investimento tem merecido maior atenção por parte de entidades reguladoras e agentes económicos em geral. Recentemente, o Banco de Moçambique lançou uma estratégia de bancarização da economia com o objectivo de reduzir e controlar melhor a inflação e a estabilidade do sistema financeiro. Nessa conjuntura, os problemas fundamentais trazidos por essa estratégia são a expansão territorial de produtos e serviços financeiros, o aumento de profundidade financeira e a valorização do metical como meio de troca.
Segundo Castel-Branco e Ossemane (2009), em Moçambique o padrão de acumulação é caracterizado por uma economia de natureza extractiva com limitada diversificação e articulação da produção e do comércio, portanto o sistema financeiro pouco tem por intervir nessa economia.
Ainda nessa ordem de ideias, Castel-Branco, Massingue e Ali (2009), afirmam que as instituições de crédito formais operam em apenas 40% dos distritos rurais e urbanos do país.
Descrição do problema
As instituições de credito têm o papel fundamental de financiar a economia através da concessão de empréstimos com destino mais provável os investimentos, e têm a taxa de juros como preço dessa transacção. No caso de Moçambique, em que a Agricultura é tida como base do desenvolvimento, essas instituições tendem a se aproximar cada vez das zonas rurais, que é onde há maior prática dessa actividade. O problema fundamental é que para concessão desses empréstimos, essas instituições cobram taxas de juro relativamente altas, menos atractivas para os agricultores, tendo em conta as condições de mercado e a rede de comunicação.
Discrepância
Actualmente, as condições de operação nessas zonas se equiparam às das zonas urbanas, tendo mesma conduta para estruturas de mercados diferentes, e isso faz com que o seu desempenho seja fraco.
Era necessário que as taxas de juro fossem relativamente baixas, dadas condições do mercado financeiro nas zonas rurais, ou então o prazo de liquidação da divida fosse mais extenso.
Pergunta de pesquisa
Como as instituições financeiras podem estimular o desenvolvimento rural?
Uma possível resposta seria: alargar os serviços financeiros para as zonas menos favorecidas.
Outra resposta seria: concedendo empréstimos através dos Bancos de desenvolvimento, onde as taxas de juro são mais atractivas para o investimento, do que nos Bancos comerciais.
Anteriormente, para mitigar esse problema, o governo optou por alargar os serviços financeiros para essas zonas rurais menos favorecidas, concorrendo para que mais moçambicanos tenham acesso a serviços financeiros e possam canalizar as suas poupanças ao sistema bancário, de modo a gerar fundos para investimento. Outra estratégia para resolver esse problema, foi a valorização do metical, o que permite canalizar mais poupanças do público para o sector financeiro, a fim de multiplicar os apoios às iniciativas de investimento (Gove 2010).
Apesar desse esforço por parte do governo, ainda prevalecem algumas dificuldades para dissolução desse problema, pois essa expansão de serviços financeiros não cobrir suficientemente as populações dessas zonas, e não estão muito próximas das aldeias comunais devido a falta da rede eléctrica, fazendo com que seja necessário percorrer grandes distâncias para obter os seus serviços, e isso concorre para redução do movimento populacional pró-bancarização.
A questão que prevalece é como tornar o sistema de concessão de crédito mais atractivo (taxas de juro baixas), sem fazer com que este seja menos rentável e viável sob ponto de vista económico.