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1. BABOK®:Corpo deconhecimento sobre análise de negócios.

Introdução ao BABOK®: Histórico e propósito.

O BABOK (Business Analysis Body of Knowledge) é um guia que reúne práticas recomendadas e amplamente aceitas na área de análise de negócios. Ele oferece um conjunto de conhecimentos, técnicas, competências e diretrizes que ajudam os profissionais a desempenharem melhor suas funções, fornecendo uma estrutura para entender e aplicar métodos eficazes em projetos e atividades de análise de negócios. O BABOK é uma referência global usada para padronizar a prática da análise de negócios, evoluindo conforme novas práticas e tecnologias surgem na área.

As primeiras versões do BABOK surgem no ano de 2005 e 2006 com as versões 1.0 e 1.4 respectivamente. Na sequência, em 2009 surge a versão 2.0 que se tornou um padrão global, introduzindo conceitos como o Esquema de Classificação de Requisitos, Modelos de Entrada/Saída e Áreas de Conhecimento. Após feedback de especialistas, a versão 3.0 foi lançada em 2014, incorporando novas práticas, como o Business Analysis Core Concept Model (BACCM) e Perspectivas que destacam formas especializadas de análise de negócios.

As principais mudanças na versão 3.0 incluem:

  • Expansão do escopo da análise de negócios.
  • Inclusão de novas competências.
  • Novas técnicas emergentes.

Áreas de Conhecimento do BABOK®: Detalhamento das seis áreas principais.

  • Planejamento e Monitoramento da Análise de Negócios: Envolve organizar e coordenar os esforços dos analistas de negócios e das partes interessadas, gerando resultados que orientam outras atividades descritas no Guia BABOK.

  • Elicitação e Colaboração: Inclui a preparação e condução de atividades de elicitação, confirmação dos resultados obtidos e comunicação contínua com as partes interessadas durante todo o processo de análise de negócios.

  • Gestão do Ciclo de Vida dos Requisitos: Abrange a gestão e manutenção dos requisitos e informações de design desde a criação até o descarte, estabelecendo relações entre requisitos e designs e avaliando mudanças propostas.

  • Análise de Estratégias: Foca na colaboração com as partes interessadas para identificar necessidades estratégicas ou táticas, capacitar a empresa a atendê-las e alinhar a estratégia resultante com os diferentes níveis da organização.

  • Análise de Requisitos e Definição de Design: Trata da estruturação e organização dos requisitos coletados, especificação e modelagem dos requisitos e designs, validação e verificação das informações, identificação de soluções e estimativa do valor potencial de cada proposta.

  • Avaliação de Soluções: Avalia o desempenho e o valor gerado por uma solução em uso, recomendando a remoção de barreiras que impeçam a plena realização desse valor.

Competências-chave para Analistas de Negócio: Habilidades e capacidades que o framework considera essenciais.

pensamento analítico e a resolução de problemas:

  • Pensamento Criativo: Geração de novas ideias.
  • Tomada de Decisão: Análise de informações para escolhas vantajosas.
  • Aprendizagem: Adaptação rápida a novas informações.
  • Resolução de Problemas: Identificação da causa raiz e desenvolvimento de soluções.
  • Pensamento Sistêmico: Compreensão das interações em uma organização.
  • Pensamento Conceitual: Conexão de informações para formulá-las.
  • Pensamento Visual: Comunicação de conceitos complexos graficamente.

características comportamentais

  • Ética: Transparência e resolução de dilemas éticos.
  • Responsabilidade Pessoal: Planejamento e responsabilidade sobre riscos.
  • Confiabilidade: Feedback positivo das partes interessadas.
  • Organização e Gestão do Tempo: Cumprimento de prazos.
  • Adaptabilidade: Ajuste de métodos para diferentes situações.

Conhecimento Empresarial:

  • Conhecimento da Indústria: Compreensão de práticas e tendências do setor.
  • Conhecimento da Organização: Estrutura de gestão e arquitetura de negócios.
  • Conhecimento de Soluções: Aplicação de soluções anteriores.
  • Conhecimento de Metodologia: Entendimento das metodologias utilizadas.

Habilidades de Comunicação

  • Comunicação Verbal: Apresentações e comunicação clara.
  • Comunicação Não-Verbal: Consciência da linguagem corporal.
  • Comunicação Escrita: Estilo adequado para o público.
  • Escuta: Atenção e feedback ativo ao orador.

Habilidades de Interação

  • Facilitação: Moderação de discussões.
  • Liderança e Influência: Motivação para colaboração.
  • Trabalho em Equipe: Desenvolvimento conjunto de soluções.
  • Negociação e Resolução de Conflitos: Mediação de discussões.
  • Ensino: Comunicação de conceitos para garantir compreensão.

Ferramentas e Tecnologias

  • Ferramentas de Produtividade: Softwares para documentação e compartilhamento.
  • Ferramentas de Análise de Negócios: Modelagem, gestão de requisitos e simulações.
  • Ferramentas de Comunicação: Videoconferências e colaboração em equipe.

Modelos e Técnicas de Análise de Negócios no BABOK®: Ferramentas e práticas recomendadas.

Modelos de Análise de Negócios

  • O BABOK® apresenta vários modelos como o Modelo de Processos de Negócio (BPMN), Modelo de Casos de Uso, Modelos de Dados (ER Diagramas), e Mapas de Stakeholders, que ajudam a estruturar e representar visualmente informações e processos do negócio.

Técnicas de Análise de Negócios

  • O guia oferece técnicas como Análise SWOT, Elicitação de Requisitos (entrevistas, workshops, prototipagem), Diagrama de Ishikawa (causa e efeito), e Análise de Cenários, que auxiliam na coleta, análise e resolução de problemas do negócio.

Ferramentas de Análise de Negócios

  • Ferramentas como Bizagi e Lucidchart para modelagem de processos, Axure e Figma para prototipagem, e Jira e Confluence para gestão de requisitos são comumente usadas em projetos que seguem as práticas recomendadas pelo BABOK®.

Práticas Recomendadas

  • O BABOK® enfatiza a colaboração contínua com stakeholders, entrega incremental de valor, e documentação clara e eficiente, ajustando-se tanto a metodologias tradicionais quanto ágeis para garantir a criação de soluções que gerem valor ao negócio.

BABOK® em projetos ágeis: Como o framework se adapta ao desenvolvimento ágil.

  • Análise Contínua e Incremental

No ágil, a análise de negócios é feita de forma contínua e incremental, com foco em pequenas entregas de valor em cada sprint. Requisitos são priorizados e ajustados constantemente com base no feedback frequente dos stakeholders.

  • Técnicas Adaptadas ao Ágil

Técnicas como histórias de usuário, prototipagem rápida e workshops colaborativos são usadas para coletar e validar requisitos de maneira flexível e rápida, alinhadas com o ritmo ágil de desenvolvimento.

  • Envolvimento dos Stakeholders e Priorização

O BABOK® no ágil enfatiza a participação contínua dos stakeholders, ajudando a priorizar o backlog e garantir que os requisitos estejam sempre alinhados às necessidades do negócio, maximizando a entrega de valor em cada iteração.

Benefícios e desafios do uso do BABOK®: Análise prática de uso.

Benefícios do uso do BABOK®

  • Padronização e Consistência: O BABOK® oferece uma linguagem comum e processos estruturados, garantindo uniformidade nas práticas de análise de negócios.
  • Flexibilidade e Abrangência: Adaptável tanto a projetos tradicionais quanto ágeis, ele cobre uma ampla gama de áreas, desde elicitação de requisitos até análise de valor.
  • Foco na Criação de Valor: O guia prioriza a entrega de soluções que gerem benefícios mensuráveis e alinhados aos objetivos estratégicos.

Desafios do uso do BABOK®

  • Complexidade e Burocracia: Para iniciantes ou em projetos menores, o guia pode ser visto como complexo e pesado, exigindo adaptações para não comprometer a agilidade.
  • Necessidade de Treinamento: A aplicação eficiente do BABOK® requer formação e tempo, o que pode gerar custos e uma curva de aprendizado significativa.
  • Conflito com Métodos Ágeis: O foco em documentação e processos formais pode entrar em conflito com a abordagem leve e iterativa de metodologias ágeis.

Análise Prática de Uso

Na prática, o uso do BABOK® pode ser extremamente valioso quando aplicado com discernimento. Organizações e equipes que conseguem adaptá-lo de acordo com as necessidades específicas de seus projetos podem colher benefícios significativos em termos de clareza, consistência e entrega de valor.

Cenários em que o BABOK® Funciona Bem:

  • Projetos Complexos: Funciona bem em projetos grandes e regulados, onde a documentação detalhada e o rigor são necessários.
  • Ambientes Ágeis e Startups: O BABOK® precisa ser ajustado para evitar sobrecarga de processos e permitir maior flexibilidade em ambientes dinâmicos e rápidos.
  • Equilíbrio é Fundamental: Adotar o BABOK® de forma pragmática, aplicando apenas as práticas que trazem valor ao projeto, é essencial para maximizar seus benefícios.

2. SAFE®:Framework de processos que reúneos princípios do Scrum, Lean e Agile.

Fundamentos do SAFe®: Princípios e Valores

SAFe foi criado para resolver os desafios de escalar práticas ágeis em grandes organizações. Seus fundamentos são baseados em princípios ágeis e Lean, com foco em:

  • Fluxo de Valor: Organiza o trabalho em torno de cadeias de valor para otimizar a entrega ao cliente.
  • Modularidade e Adaptabilidade: Divide o trabalho em componentes modulares que podem ser desenvolvidos de maneira independente e integrados no final.
  • Tomada de Decisão Descentralizada: Promove a delegação de decisões para equipes, permitindo que decisões sejam tomadas rapidamente e com eficiência.
  • Cultura de Melhoria Contínua: Estimula a inovação contínua e o aprimoramento com base em feedback rápido e aprendizado constante.

Componentes do SAFe®: Scrum, Lean e Agile

SAFe combina três abordagens principais para apoiar a agilidade organizacional:

  • Scrum: Utilizado no nível de equipe para gerir ciclos de trabalho (sprints), SAFe utiliza os métodos e papéis do Scrum (Scrum Master, Product Owner e equipe de desenvolvimento) para gerenciar equipes ágeis.
  • Lean: Princípios enxutos são fundamentais, focando na eliminação de desperdícios, fluxos eficientes de trabalho e uma entrega de valor contínua.
  • Agile: O SAFe adota os valores e princípios do Manifesto Ágil, como a adaptabilidade, a colaboração e a entrega contínua de valor, escalando essas práticas para toda a organização.

Níveis do SAFe®: Team, Program, Large Solution e Portfolio

SAFe estrutura o trabalho em quatro níveis, organizados de acordo com o tamanho e a complexidade das entregas:

  1. Team (Equipe): Foca no desenvolvimento ágil em pequenos times que trabalham em ciclos curtos (sprints). Equipes aplicam Scrum ou Kanban para gerenciar suas tarefas e entregas.
  2. Program (Programa): Coordena várias equipes ágeis através do Agile Release Train (ART), permitindo entregas maiores e mais coordenadas. Inclui planejamento de PI (Program Increment) e sincronização entre equipes.
  3. Large Solution (Solução Grande): Gera a coordenação de vários ARTs, geralmente em soluções mais complexas que requerem colaboração entre múltiplos ARTs.
  4. Portfolio (Portfólio): Foca no alinhamento estratégico dos objetivos da organização com as iniciativas de desenvolvimento. Garante que os recursos sejam alocados corretamente para maximizar o valor entregue.

Esses níveis permitem que as organizações escalem práticas ágeis, mantendo a colaboração e a entrega contínua de valor em todos os departamentos e níveis da empresa.

SAFe® e a transformação ágil: Benefícios da implementação em larga escala.

Ajuda grandes organizações a adotar práticas ágeis em toda a empresa, permitindo que elas escalem a agilidade da equipe para o nível do portfólio. A estrutura enfatiza a coordenação entre várias equipes, o alinhamento estratégico claro e o gerenciamento eficaz de dependências por meio de funções como Agile Release Trains (ARTs). A transformação ajuda as organizações a otimizar fluxos de trabalho, aprimorar a consistência do produto e fornecer valor contínuo, tornando o SAFe ideal para empresas que buscam adotar o Agile em escala.

Papel dos líderes no SAFe®: Governança e suporte organizacional.

A liderança desempenha um papel crucial no SAFe ao garantir que a transformação ágil receba forte governança e suporte. Os líderes devem promover uma cultura colaborativa e transparente, ajudando as equipes a se alinharem com as metas estratégicas ao mesmo tempo em que adotam a agilidade. Eles também apoiam o treinamento e o desenvolvimento contínuo dentro das equipes e impulsionam a mudança organizacional por meio de coaching, promovendo uma mentalidade de melhoria contínua e facilitando ciclos regulares de feedback.

Comparação entre SAFe® e outros frameworks ágeis: Diferenciações práticas.

O SAFe se destaca de outros frameworks ágeis, como Scrum, LeSS (Large Scale Scrum) e o modelo Spotify em sua abordagem estruturada para escalar o ágil em várias equipes e níveis organizacionais. Enquanto o Scrum se concentra em equipes pequenas e o LeSS estende o Scrum sem adicionar funções, o SAFe incorpora todos os níveis organizacionais, da equipe ao portfólio, tornando-o mais adequado para grandes empresas. O modelo Spotify enfatiza equipes autônomas (squads) e flexibilidade, enquanto o SAFe oferece funções estruturadas, alinhamento estratégico claro e práticas ágeis consistentes em grandes organizações.